Em primeiro lugar eu gostaria quer você refletisse sobre as seguintes perguntas: Qual a sua motivação para empreender? Por que você empreende e como chegou até aqui?
Nos últimos anos, as taxas de empreendedorismo vêm crescendo bastante. Dados do Sebrae mostram que 27% da população brasileira adulta tem seu negócio próprio ou está envolvida na criação de uma empresa. A pandemia veio como um fator impulsionador para muitos negócios engavetados (e também como um destruidor de sonhos, fato. Mas vamos nos atentar ao lado positivo, ok?!). Segundo Rodrigo Lobo, gerente responsável pela Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE (Instituto Brasileiro de geografia e Estatística), “a pandemia trouxe oportunidades de negócios para serviços voltados às empresas, como os de tecnologia da informação, transporte de cargas, armazenagem, logística de transporte e serviços financeiros auxiliares, que tiveram ganhos mais expressivos e compensaram as perdas dos serviços de caráter presencial”. Neste sentido, pessoas que resolveram investir na oferta dos serviços demandados tiveram grandes resultados.
Fato é que a necessidade fez muitas pessoas mudarem de ramo ou de profissão e passarem a trabalhar mais no seu próprio negócio e no seu próprio sonho. Mas engana-se quem acha que o “empreender” existe apenas na vida de quem abre o seu negócio. Empreender também não é sinônimo de ter várias ideias. É quando você tem a capacidade de criar soluções para os problemas dos outros, seus potenciais e futuros clientes, e passa a divulgar e vender essas soluções. O Sebrae define o empreendedor como um realizador. Aquele que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação. “Em uma visão mais simplista, podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, que realiza antes, que sai da área do sonho e do desejo e parte para a ação”.
Mas você sabia que existem diferentes tipos de empreendedores?
Eu, por exemplo, digo que comecei a empreender por necessidade e fiquei por vontade. Muitas mães, como eu, partem para o empreendedorismo por necessidade financeira ou pela vontade de estar mais próximas de seus filhos na infância; e muitas, acreditando na falsa sensação de que vão trabalhar menos e ter mais tempo para cuidar da família. Fato é que se não souber dosar de forma adequada, o tempo investido nos filhos e nos negócios, algum lado da balança vai pesar mais e desequilibrar. O que pode desmotivar.
Brincadeiras à parte, podemos dividir os empreendedores em: Nato; Inesperado; Serial; Corporativo; Social; por Necessidade; Herdeiro e o Planejado. Mas você pode estar se perguntando, como assim Flávia? Explica melhor. Então, vamos lá:
Empreendedor Nato é aquele que começou a trabalhar muito jovem, é visionário, conhecido e aclamado por suas histórias brilhantes de desenvolvimento e venda de soluções. Dois bons exemplos são o Silvio Santos e o Bill Gates.
Empreendedor Inesperado é aquele cuja oportunidade bate na porta dele e ele acaba agarrando e tendo que aprender a ser dono do seu próprio negócio. Você pode conhecer alguns exemplos por aí. Eu sou um deles.
Empreendedor Serial é aquele que é apaixonado pelo ato de criar novos negócios, normalmente muito atento a tudo, que usa bem o termo ‘time is money’ e sua maior habilidade é acreditar nas oportunidades e não descansar enquanto elas não estão em pleno funcionamento.
Empreendedor Corporativo é geralmente aquele executivo que trabalha muito focado nos resultados, assumem riscos, trabalham com foco na sua promoção dentro da empresa, são ambiciosos e têm o dom de convencer as pessoas a se juntarem ao seu time.
Empreendedor Social é aquele que se envolve em causas comunitárias, tem como missão desenvolver ações em prol de um mundo melhor, de mudar o mundo, etc. O foco deles não é no lado financeiro. Viviane Senna, irmã do ícone do automobilismo Ayrton Senna, é um exemplo.
Empreendedor por Necessidade geralmente trabalha de forma informal e para ele não resta outra opção a não ser dono do seu próprio negócio. Os ambulantes informais são exemplo comum em todos os cantos.
Empreendedor Herdeiro é aquele cujos pais eram donos de empresas e eles passam a assumir os negócios por sucessão familiar. O desafio é multiplicar o patrimônio herdado. Alguns entram com a vontade de virar o jogo, mudar regras, outros são mais conservadores e preferem manter o negócio funcionando como pelos seus antecessores.
Para finalizar…
Empreendedores Planejados são aqueles que têm o planejamento como o seu foco de todos os dias. É aquele que pensa no negócio que quer abrir, se organiza, planeja e executa. Ele se capacita, se preocupa com os próximos passos do negócio, possui visão clara do futuro e age minimizando os riscos e aumentando os ganhos do negócio.
Agora que você já conhece os tipos de empreendedores, vale ressaltar que independente do seu tipo o resultado positivo só depende de você. Da sua força de vontade, da sua garra, do seu empenho. Contudo, o autoconhecimento vai permitir que você identifique as suas principais necessidades e que você trace as metas adequadas para que alcance o resultado desejado em cada empreitada.
Como tarefa de casa, deixo a oportunidade de você identificar que tipo de empreendedor é você e o que você deseja para o seu negócio. Se tiver dúvidas, pode me chamar. No Instagram, sou a @flaviabizu.
João Vitor Mirandela
março 8, 2022 no 10:19 pm
Excelente texto! Flávia, parabéns pelo texto. Isso é muito importante para nortear todos os empreendedores que fazem muito, mas não tem conhecimento de suas funções.
Flávia Garcia
março 8, 2022 no 10:41 pm
Obrigada João. A vida de empreendedor não é fácil, é um apagar de incêndio diário. É um tal de “jogar nas 11″… risos… mas a gente dá conta.