Campo Grande é um extenso e populoso bairro da Zona Oeste do município do Rio de janeiro que dista 55km do centro da cidade do Rio de janeiro, mais precisamente da Avenida Rio Branco
O bairro de Campo Grande é sede da região administrativa de Campo Grande, que compreende os bairros de Campo Grande, Inhoaíba, Senador Vasconcelos e Santíssimo. Sua ocupação remonta a 17 de Novembro de 1603, devendo-se sobretudo aos inúmeros trabalhos jesuíticos na região. Além de ser um bairro de enormes proporções, limitando-se com diversos outros bairros, Campo Grande possui, de acordo com o Censo 2010, cerca de trezentos e trinta mil habitantes, sendo assim considerado o mais populoso do município do Rio de Janeiro , como também é o bairro mais populoso do Brasil.
Antecedentes
Inicialmente, a extensão de terras que vai do Rio da Prata até Cabuçu, que hoje corresponde à Região Campo Grande, era habitada por índios picinguaba. Após a fundação da cidade em 1565 , a região de Campo Grande foi repartida em sesmarias, para que houvesse a colonização do local, um dos sesmeiro era Manoel Barcelos Domingos. Em 1644, pertencia a Freguesia de Irajá, cuja paróquia administradora, era a Igreja de Nossa Senhora da Apresentação. Desmembrada desta em 1673 , foi criada a Freguesia de Campo Grande, tendo a sua matriz, a Paróquia de Nossa Senhora do Desterro, marco histórico da ocupação territorial da Região.
Era Colonial
Antes da Freguesia Rural de Campo Grande começar a prosperar, sua ocupação foi influenciada pela antiga fazenda dos Jesuítas, em santa Cruz . Inicialmente desenvolveu-se na região o cultivo da cana-de-açucar e a criação de gado bovino. O trabalho dos jesuítas foi de extrema importância para o desenvolvimento do Rio de Janeiro. Além das obras de engenharia que realizaram, como a abertura de canais e a construção de diques e pontes para a regularização do Rio guandu , o escoamento dos produtos da fazenda santa cruz , oriundos do cultivo da cana-de-açúcar e da produção de carne bovina, era feito através da Estrada da Fazenda dos Jesuítas, posteriormente estrada Real d a Fazenda de Santa Cruz , que ia até São Cristovão e se interligava com outros caminhos e vias fluviais que chegavam até o centro da cidade.
Do final do Séculp XVI até meados do Século XVIII, a ocupação territorial da região foi lenta, apesar do intenso trabalho dos jesuítas, encerrado quando foram expulsos do país pelo Marquês d Pombal, em 1759 . Os religiosos foram responsáveis por importantes obras de engenharia como estradas , pontes e inúmeros canais de captação de água para irrigação, drenagem e contenção da planície, sempre sujeita às enchentes dos rios Guandu e Itaguaí.
Entre 1760 e 1770 , na antiga Fazenda do Mendanha, o padre Antônio Couto da Fonseca plantou as primeiras mudas de café, que floresceram de forma extraordinária, com mudas originárias das plantadas em 1744 no convento dos padres barbadinhos. Os historiadores apontam a partir daí o desenvolvimento que a cafeicultura teve em todo o estado no século XIX, espalhando-se pelo Vale da Paraiba aos contrafortes da serra do mar , atingindo, em sua expansão, a província de Minas Gerais.
Como a região era uma área nitidamente rural, os aglomerados humanos formados durante quase três séculos ficaram restritos às proximidades das fazendas e engenhos e às pequenas vilas de pescadores , ao longo da costa. Já no final do século XVIII, a Freguesia de Campo Grande começou a prosperar.
Seu desenvolvimento urbano ocorreu a partir do núcleo formado no entorno da igreja de Nossa senhora do Desterro , cuja atração era a oferta de água do poço que existia perto da igreja. Em Campo Grande, a exemplo do que ocorreu em toda a cidade , o abastecimento público de água foi um fator de atração e desenvolvimento. Foi tão importante para a região que se firmou um acordo garantindo a venda, pelo povoado de Campo Grande para o de Santa Cruz, das cachoeiras dos rios do Prata e Mendanha, com a condição de que as águas continuassem a abastecer o bairro.
Durante todo o século XVIII a ocupação territorial mais efetiva ocorreu em Santa Cruz, por causa do engenho dos jesuítas, e nas proximidades do centro de Campo Grande, cujas terras compreendem hoje as regiões de Bangu e Jacarepaguá . Essas terras eram atravessadas pela Estrada dos Jesuítas, mais tarde Estrada de Santa cruz diariodorio.com – que ia até São Cristóvão – e pelas vias hidrográficas da extensa Freguesia de Irajá . Toda a área, na verdade, era uma única região, um imenso sertão pontilhado por alguns núcleos nos pontos de encontro das vias de acesso, em torno dos engenhos e nos pequenos portos fluviais.
A fazenda dos jesuítas era tão importante para o governo colonial que suas terras não foram postas em leilão, após a expropriação, tendo sido incorporadas ao patrimônio oficial e depois transformadas por Dom João VI em Fazenda Real de Santa Cruz, após a transferência da corte portuguesa para o Brasil , em1808. Com a chegada da comitiva real, a cidade do Rio de Janeiro modificou-se muito e todas as regiões tipicamente rurais sofreram sua influência. As atividades econômicas e culturais aceleraram-se e a zona rural voltou-se para o abastecimento da cidade e para os benefícios trazidos pela corte. Não houve, porém, uma aceleração do desenvolvimento da região, que continuou a manter suas características rurais.
Esta gostando de conhecer um pouco da história de campo Grande? Aguardem que vem a Era Republicana.
Fonte: Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.